Resenha: Os arquivos perdidos - Histórias Secretas, de Pittacus Lore

Livro: Os Arquivos Perdidos - Histórias Secretas
Série: Os Legados de Lorien
Editora: Intrínseca
Autor: Pittacus Lore
Páginas: 368

Observação: O livro físico com as três histórias compiladas e esse nome não tem no Brasil. Aqui eles são vendidos separadamente. Porém a resenha deles será feita junta como se fossem um único livro.

Atenção: Como se trata de uma série de e-books spin-off talvez você queira dar uma olhada nos outros contos da série. I - Os Legados

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Sinopse: Histórias Secretas é uma coleção de três histórias que compartilham histórias que os Mogadorianos não vão querer que você saiba sobre as minúcias de seu regime assim como eles atacaram Lorien. Você já sabe a verdade sobre a Garde e os Mogadorianos, mas ainda há muito para aprender. As histórias aqui contadas irão ajudar você a ter algumas respostas que procura, mas não irão ajudar a parar a guerra. Apenas Garde pode salvar nosso planeta.

A Busca por Sam - Cinco estrelas.
Depois de em Os Legados dos Mortos ter as memórias da Número Um em sua cabeça, Adamus Sutekh, filho de General mogadoriano, percebe o quanto a causa pelo qual seu povo luta é destrutiva e o quanto aquilo não tem a ver com ele. Após tentar, sem sucesso, ajudar a Número Dois e o Número Três, Adam é deixado para morrer e considerado um traidor. Um, viva em sua mente, está começando a desaparecer e o único jeito de ele conseguir consertar isso é voltando a Ashwood Estates, a base mogadoriana. Mas lá ele encontra muito mais do que uma recepção nada calorosa e a solução para o seu problema... Ele encontra também um estranho chamado Malcolm Goode e as forças para ser um verdadeiro herói para a causa lórica.
O livro acontece entre A Ascensão dos Nove e A Queda dos Cinco, após Sam ser capturado pelos Mogs e é uma história curta, de apenas 87 páginas, mas mantem a mesma maestria dos livros da série. Com muita ação, lutas e ainda emoção, conhecemos o desenrolar da história de Adam (que aparece apenas em Os legados dos Mortos e na série principal em A Queda dos Cinco), o mogadoriano que agora ajuda os lorienos, um dos personagens mais intrigantes da série e que com certeza terá um grandioso papel nos próximos livros.

Os Últimos Dias de Lorien - Três estrelas.
Esta é a primeira história que é passada em Lorien. Não acompanhamos nenhum Garde ou mogadoriano, mas sim um Cêpan, Sandor. Ainda muito novo, menor de idade, conta um pouco da vida em Lorien – podemos ter um pequeno vislumbre de como as coisas funcionam, Gardes e Cêpans, harmonia total, pacificidade, cidades, Karabaks e empregos – e do fim de tal planeta. Sandor, o Cêpan de Nove, é muito parecido com seu protegido. Desde pequeno um gênio na tecnologia, ele adulterava as presenças na escola e entrava em boates que não tinha permissão, e com toda a malandragem e fugacidade que Nove tem.
A linguagem do livro é um pouco confusa e indecisa e achei que, de certa forma, vaga. Poderiam ter usado esse conto para explorar a fundo como era Lorien em seus dias de glória ou contar mais detalhes sobre a invasão que culminou na extinção do planeta, mas as coisas foram mostradas muito superficialmente. Mesmo assim, acredito que ainda será contado mais sobre como era a vida lá. Foram cerca de 100 páginas, então creio que ainda tem muitas ideias envolvendo isso.

Os Esquecidos - Quatro estrelas.
Nesse conto, o mais curtinho entre os três, apenas 69 páginas, acompanhamos ainda mais a história de Adamus Sutekh, o mogadoriano aliado dos lorienos. Esse conto situa-se logo após A Ascensão dos Nove, com o incidente em Dulce, e pouco antes do fim de A Queda dos Cinco, no incidente do John Hancock Center. A trama acaba se mostrando importantíssima para o livro A Vingança dos Sete.
Adam acorda na antiga base de Dulce que agora já não passa de uma enorme cratera de escombros e só há um mogadoriano vivo além dele, pelo que parece. Presumindo ser importante ter alguém como ele ao seu lado, para guiar-se, por exemplo, Adam faz de Rexicus Saturnus, Rex, seu “prisioneiro”. Acaba encontrando também um lobo – Areal, na tradução brasileira, mas também chamado de Dust nos livros seguintes – que é muito mais do que Adam esperava: um Chimaera. A partir daí, Adam e Rex, numa relação complicada que envolve certo tipo de cumplicidade e desconfiança, partem para Nova York em busca de mais animais como Dust.

Leia as outras notícias da série Os Legados de Lorien e Os Arquivos Perdido para conhecer mais sobre essa série.  

Diversas Capas #69 - Pegasus e o Fogo do Olimpo


Dependendo da edição ou da editora, a capa de um livro pode ser mudada. Talvez apenas o título seja mudado para a nova língua, talvez haja realmente uma nova arte que modifique tudo. Depende de como cada editora quer manter o livro. E é isso que vou mostrar aqui, a diferença das capas segundo seus países. Talvez tenham mais capas, mas essas foram as que eu encontrei. Desta vez veremos as capas de Pegasus e o fogo do olimpo que é um dos livros que participa do Dose Dupla {Resenha de Allana} e {Resenha de Maac}.

Capa brasileira, original e francesa


Capa especial estadunidense e  polonesa
Infelizmente, em relação ao livro parece que realmente gostaram da capa original e decidiram reproduzi-la nas de outras nacionalidades. A única capa diferente foi uma especial que é simplesmente linda. E vocês o que acham? que deveria ter outras capas diferentes do livro ou a original já é bonita e não precisa inventar nenhuma outra? Comentem


Resenha: A Vingança dos Sete, de Pittacus Lore

Livro: A Vingança dos Sete
Série:  Os Legados de Lorien
Editora: Intrínseca
Autor: Pittacus Lore
Páginas: 285

Atenção, como se trata de uma série talvez possa ter spoilers sobre os livros anteriores!
( I - Eu Sou o Número Quatro
II - O Poder dos Seis
III - A Ascensão dos Nove
IV - A Queda dos Cinco)

Sinopse: O pior deveria ter acabado. Estávamos reunidos depois de uma década longe. Descobriríamos a verdade sobre o nosso passado. Estávamos treinando e ficando mais fortes a cada dia. Estávamos até feliz...

Nunca imaginamos que os Mogadorianos pudessem transformar um dos nossos contra nós mesmos. Fomos tolos ao confiar em Cinco. E agora Oito está perdido para sempre. Eu faria qualquer coisa para trazê-lo de volta, mas isso é impossível. Em vez disso, vou fazer o que for preciso para destruir cada um deles.

Eu passei a minha vida inteira me escondendo deles, e eles levaram tudo de mim. Mas isso vai acabar agora. Nós vamos levar a batalha até eles. Temos um novo aliado que conhece suas fraquezas. E eu, finalmente, terei o poder de revidar.

Pegaram Número Um na Malásia.
O Número Um foi capturado na Malásia.
O Número Dois, na Inglaterra. 
Número Três, no Quênia.
E o Número Oito, na Flórida.
Eles mataram todos eles.

Eu sou a Número Sete.

Vou fazê-los pagar.

O cerco está se fechando cada vez mais... Ella está nas mãos de Setrakus, Oito está morto e Cinco é um traidor que se vendeu para o ProMog – Progresso Mogadoriano – e mesmo com alguns aliados improváveis, como antigos inimigos e Adam Sutekh, um mog, filho de um importante capitão, o avanço de Ra e a invasão à Terra é inevitável. Eles estão se preparando para atacar. Assim como a Garde também está consciente de sua responsabilidade de salvar o planeta.
É difícil resenhar o livro sem dar muitos spoilers, tendo em vista que estamos no quinto livro da série – terá sete livros no total, pelo menos isso que foi revelado por Pittacus Lore, pseudônimo de James Frey e Jobie Hughes, até o momento – e tanta coisa já rolou e incrivelmente ainda tem para rolar... O livro é bem leve, cheio de ação, carregando consigo a energia de todos os livros anteriores e mesmo tendo 285 páginas – número razoável de páginas comparado com os outros, seu antecessor, por exemplo, tem 288 páginas – parece mais rápido que o usual.
É incrível como a história é ótima e cheia de segredos, por isso os autores conseguem escrever tantos livros sem parecer que estão nos enrolando tanto... Nesse livro temos muita coisa para processar. Tem um enredo mais conspiratório, mais pesado. Marina e seu novo Legado, Ella e sua estranha relação com Setrakus Ra, que envolve muito da visão que ela teve no último livro, novos aliados e uma descoberta sobre os pingentes e os itens das arcas que pode mudar o rumo de toda a guerra. Além de uma reviravolta na estratégia da Garde: eles não vão mais se esconder, vão se mostrar.
Achei legal exatamente essa reviravolta na abordagem da Garde e do que acontece no final do livro – decorrente desse mistério dos pingentes que envolve um antigo templo maia – que dá muito pano para manga. As relações entre os personagens também são bem mostradas, sem deixar de lado a ação, que é o que eu diria que define a série. Porém não gostei de alguns detalhes...
Marina, por exemplo, e seu novo legado que foi pouquíssimo explorado. O título do livro – A Vingança dos Sete – e o final do último livro dá a entender que Marina, a Número Sete, irá rebelar-se e vingar-se de geral, mas o que ela faz não ultrapassa muito de um comportamento antipático como uma fina camada de gelo que rapidamente quebra-se. Outro detalhe foi o de Sarah não aparecer tanto, ter sido realmente deixada do lado, o que dá uma sensação de que a personagem chega a ser descartável à essa altura. Espero que essa sua aventura à parte seja material para mais um d’Os Arquivos Perdidos, uma série spin-off de Os Legados de Lorien.
Se eu acompanho a série até aqui e sempre com notas boas e diversos elogios é porque a recomendo altamente. É uma aventura eletrizante, cheia de mistérios e que parece um poço sem fim cheio de possibilidades para novas histórias. James Frey e Jobie Hughes criaram realmente um mundo inteiro, um universo, para ser mais preciso, e até escrevem sob um pseudônimo que é o nome de um ancião lórico... É tudo tão palpável que parece até real. Não precisa gostar de alienígenas para gostar dessa série, só precisa gostar de uma boa história cheia de ação e aventura.


Resenha: O Sangue do Olimpo, de Rick Riordan

Livro: O Sangue do Olimpo
Série: Os Heróis do Olimpo
Editora: Intrínseca
Autor: Rick Riordan
Páginas: 419

Sinopse: Depois de enfrentarem as mais penosas missões, Percy Jackson e os outros tripulantes do Argo II ainda precisam encarar a pior de todas: chegar a Atenas a tempo de impedir que Gaia, a Mãe Terra, desperte.

A Atenas Partenos irá para o oeste, enquanto o Argo II seguirá para leste. Os deuses, ainda sofrendo com a dupla personalidade, não podem ajudar. Como os semideuses conseguirão vencer sozinhos um exército de gigantes e impedir uma guerra entre os acampamentos? A viagem para Atenas é perigosa, mas não há outra opção. Eles já sacrificaram muito para chegar aonde estão. E, se Gaia despertar, será o fim.



Atenção, como se trata de uma série talvez possa ter spoilers sobre os livros anteriores! ( I - O Herói Perdido II - O Filho de Netuno III - A Marca de Atena IV - A Casa de Hades)


           O que esperar do final de uma saga? Aliás uma saga que é “continuação” de outra saga... Você espera todas as pontas soltas resolvidas, um enredo plausível para dar síntese a todo o resto dos livros, um final digno para personagens que você já tanto se afeiçoou, muita ação e também emoção. Rick Riordan não conseguiu todas essas coisas com O Sangue do Olimpo, livro da série Os Heróis do Olimpo, uma “sequência” de Percy Jackson e os Olimpianos. De fato, deve ter sido uma tarefa complicada para o autor terminar a série de um jeito bom, escrevendo sob cinco pontos de vistas, tentando fazer com que tantos personagens tenham um espaço importante na história, mas por se tratar de um livro que encerra uma grande saga não foi bom o suficiente.
             Os Semideuses saíram da Casa de Hades e tiveram que se dividir. A tripulação do Argo II foi para o leste, até Atenas, tentar impedir que Gaia renascesse e Reyna, Gleeson, Nico e a enorme Atena Partenos foram para o oeste tentar unir os dois acampamentos. Os deuses ainda andavam absortos em sua dupla personalidade, suas figuras gregas e romanas duelando, então toda a responsabilidade dessa batalha final que pode acabar com o mundo recai sobre os bravos semideuses.
             Desde o último livro há alguma coisa que não vem dando muito certo. Os enredos não são tão consistentes, o que salva os livros são apenas alguns personagens e suas trajetórias, até por que Rick conseguiu transformar vilões tão temidos como Tártaro e Gaia em quase nada. Muitas vezes faltou substância no enredo. Algumas lutas – principalmente o começo contra os gigantes - pareciam brincadeira, uma mistura de ginástica e circo, e os personagens que a esta altura já estão bem crescidos às vezes tomavam atitudes infantis e falavam bobagens. A grande quantidade de pessoas para terem sua história e seus pensamentos explanados acabou fazendo com que alguns deles fossem escanteados, Percy e Annabeth não passaram de meros coadjuvantes neste livro, sem grande importância no contexto final. Mas ainda assim, dentro do possível, houve um balanço de quem ia para as missões e na troca de ponto de vista.
           Como já disse anteriormente, mais uma vez só alguns personagens que salvaram o livro. Neste foram Leo, Nico e Reyna, mesmo esta última não tendo um final tão definido. Os três tiveram suas perspectivas narradas, então foi mais fácil se afeiçoar a eles e suas histórias. {Os outros dois pontos de vista são os de Piper e Jason} Leo continua o mesmo brincalhão de sempre; ele está nas cenas mais cômicas, mas também nos emociona. Já Nico e Reyna sempre foram personagens mais misteriosos, fechados, então é surpreendente vê-los se abrindo, resolvendo-se com os seus fantasmas e você fica torcendo para que esses dois se deem bem e que as Parcas sejam generosas com eles.
        Quanto ao enredo que eu já critiquei está realmente chatinho e batido. Uma missão praticamente impossível com várias intempéries, mudanças e lutas no meio do caminho, mas que no fim acabam bem rapidinho... Há novos deuses, novos monstros, novas figuras míticas, mas é basicamente uma reciclagem de outras coisas já feitas. Os três primeiros livros desta série foram bons, o final do terceiro foi simplesmente espetacular, mas de alguma forma decaiu a partir do livro anterior.
       De um modo geral, Os Heróis do Olimpo não foi tão bom quanto Percy Jackson e os Olimpianos, principalmente no que se diz respeito ao enredo. Isso não quer dizer que ela seja ruim... Até por que este aqui vai levar quatro estrelas, apesar dos defeitos. Ele trouxe vários personagens bons, histórias e situações boas, e por um lado, alguns personagens amadureceram e cresceram, passando uma boa mensagem de aceitação e melhoramento pessoal. Mesmo assim não sei o que esperar de Magnus Chase e os deuses de Asgard, mas só pelo título do primeiro livro “A Espada do Verão” e o decorrer desta última série, não espero que seja alguma coisa mais evoluída...



Análise: A Coroa de Ptolomeu, de Rick Riordan

Livro: A Coroa de Ptolomeu
Editora: Intrínseca
Autor: Rick Riordan
Páginas: 63

Sinopse: Em seu primeiro encontro, o semideus Percy Jackson e o mago Carter Kane tiveram que batalhar contra um crocodilo gigante em Long Island. Um mês depois, Annabeth Chase esbarrou na irmã de Carter, Sadie, no trem A para Rockaway, onde o par encontrou um deus chamado Serapis. Agora o problema começou a aparecer de novo, essa vez na Ilha do Governador. Um mago egípcio antigo chamado Setne voltou dos mortos e está experimentando com magia grega e egípcia, tentando se tornar um Deus. Ele é tão poderoso e ardiloso que os quatro - Percy, Annabeth, Carter e Sadie - têm que se juntar num time contra ele. Mas suas armas usuais e feitiços não funcionarão dessa vez. Serão os heróis derrotados por um quero-ser-deus que parece o Elvis ou eles irão vencer esse desafio? Contado a partir do ponto de vista de Percy, essa terceira história semideus-mago tem toda a coragem e ação que os fãs de Rick Riordan adoram.


É hora de finalmente vermos os quatro juntos. Carter Kane e Percy Jackson – aparecidos em O Filho de Sobek – e Sadie Kane e Annabeth Chase – reveladas em O Cajado de Serapis – têm um grande desafio pela frente: impedir um cara maluco que parece o Elvis e voltou dos mortos de se tornar imortal e destruir o mundo inteiro.
Conhecemos Setne – ou revemos, já que ele aparece na série As Crônicas dos Kane – no fim do conto anterior e conhecemos também seus planos: juntar mitologia grega e egípcia e com tal poder híbrido conseguir dominar o mundo. Com o livro de Tot em mãos – Tot é o deus egípcio da sabedoria – Setne descobre uma maneira de fazer isso através da Coroa de Ptolomeu.
Ptolomeu foi o general grego de Alexandre, o Grande, e logo após conquistarem a Alexandria, ele tentou fazer uma mitologia híbrida, misturando as religiões gregas e egípcias, para proclamar a si mesmo como um Deus, tentar se tornar imortal. O plano consistia em fazer um pschent muito especial – a coroa dupla do Egito: a parte de baixo é a coroa vermelha, a deshret, que representa o Baixo Império e a parte de cima a hedjet, uma coroa branca que representa o Alto Império. Mas não deu muito certo. Naquela época a magia egípcia era fraca e dissoluta. Mas agora Setne tinha a fórmula perfeita. Até o lugar era perfeito: Ilha do Governador, entre o Brooklyn e Manhattan, “sede” de poder egípcia e grega, respectivamente, em Nova York.
A única saída para os quatro era usar do mesmo artefato que Setne estava usando: misturar as duas magias. É aí então que vemos Carter usando o boné de invisibilidade de Annabeth, Annabeth lutando com a kopesh de Carter e conjurando mágica egípcia, Sadie lendo palavras gregas e Percy fazendo uma coisa que nunca imaginava – nem nós – que faria.
Ver os quatro juntos é realmente bem legal. O quanto Annabeth e Carter são os cérebros da equipe e o quanto Sadie e seu jeito elétrico e irreverente se parece com Percy. Eles funcionam muito bem juntos. O conto em si é bem legal. Quase da mesma extensão que O Cajado de Serapis e com muita ação e informação. O enredo que Riordan criou para essa série de contos – provavelmente não haverá outros nesta mesma temática – é bem plausível e interessante.
É engraçado – principalmente como Percy age e vê as coisas – e praticamente todas as páginas tem alguma luta ou qualquer coisa que deixe você apreensivo e queira ler tudo. São sessenta páginas que passam como se parecessem bem menos. Chega até a ser fofo quando Percy cita certa coisa sobre Sadie ou nostálgico quando ambos personagens lembram de suas últimas batalhas – O Sangue do Olimpo, Gaia; A Sombra da Serpente, Apófis.

A história pode até parecer mais egípcia que grega, mas mesmo que você não goste tanto da série dos Kane – Eu, particularmente, acho as séries greco-romanas melhores – vai gostar muito desses crossovers que Riordan fez com maestria. Já anseio por mais e quero que sejam tão bons quanto esse. Já quero até uma mistura grega, romana, egípcia e nórdica... Uma história de Nico e Anubis, Khufu e Blackjack... Provavelmente Rick nos presenteará com mais algumas histórias que envolva personagens de seus diferentes mundos.


Resenha: Paixão sem Limites, de Abbi Glines

Livro: Paixão sem Limites
Série: Sem Limites & Rosemary Beach
Editora: Arqueiro
Autor: Abbi Glines
Páginas: 336

Sinopse:  Ele podia ter tudo que quisesse. Menos ela.

Blaire Wynn não teve uma adolescência normal. Ela passou os últimos três anos cuidando da mãe doente. Após a sua morte, Blaire foi obrigada a vender a casa da família no Alabama para arcar com as despesas médicas. Agora, aos 19 anos, está sozinha e sem lugar para ficar. Então não tem outra escolha senão pedir ajuda ao pai que as abandonara. Ao chegar a Rosemary, na Flórida, ela se depara com uma mansão à beira-mar e um mundo de luxo completamente diferente do seu. Para piorar, o pai viajou com a nova esposa para Paris, deixando Blaire ali sozinha com o filho dela, que não parece nada satisfeito com a chegada da irmã postiça. Rush Finlay é filho da madrasta de Blaire com um famoso astro do rock. Ele tem 24 anos, é lindo, rico, charmoso e parece ter o mundo inteiro a seus pés. Extremamente sexy, orgulha-se de levar várias garotas para a cama e dispensá-las no dia seguinte. Blaire sabe que deve ficar longe dele, mas não consegue evitar a atração que sente, ainda mais quando ele começa a dar sinais de que sente a mesma coisa. Convivendo sob o mesmo teto, eles acabam se entregando a uma paixão proibida, sobre a qual não têm nenhum controle. Mas Rush guarda um segredo que Blaire não deve descobrir e que pode mudar para sempre as suas vidas.


Paixão sem Limites foi a minha primeira experiência com um livro New Adult (NA), um gênero bem apreciado ultimamente que dominou o mercado literário. Eu já imaginava que não faria muito o meu perfil, já não gosto muito de livro de romance, então... Mesmo assim comecei a ler sem preconceitos, tentando aproveitar do livro a melhor experiência, como sempre faço, mas o livro da Abbi Glines, que pelo que vejo é uma autora tão famosa e conhecida nesse estilo, foi decepcionante.
Acompanhamos Blaire Wynn, uma garota de 19 anos do Alabama que já sofreu muito quando perdeu a irmã gêmea num acidente que o pai provocou e logo depois abandonou ela e sua mãe. E agora, depois de uma batalha de três anos contra o câncer, perdeu a mãe. Tendo que vender a casa para pagar os serviços médicos, tudo que resta à garota é a picape velha e ir procurar ajuda na casa do pai, por mais que isso a irrite.
Chegando na casa em Rosemary Beach, Blaire é recepcionada por Rush Finlay, que ela descobre ser seu irmão postiço, filho da atual esposa de seu pai. A relação entre dois é estranha. Rush parece agressivo e não quer a garota por perto, ali na casa dele, mas acaba deixando-a morar num quarto embaixo da escada. Porém a relação deles torna-se mais complicada... A atração entre os dois parece inevitável e Rush tem segredos e mistérios que podem acabar facilmente com essa relação.
Pode parecer uma boa trama, não? E até seria se o romance entre eles não fosse um tanto quanto forçado. Rush até é um personagem bem construído... Mulherengo, bad boy, o cara que praticamente todas acham gostoso, filho de um astro do rock. Possessivo, protetor. No começo dá uma fria na menina e tenta se afastar dela, mas vemos depois que ele tem seus motivos.
Mas Blaire não... Para uma garota que parece ter uma personalidade forte por tudo que já teve que enfrentar e que anda com uma pistola no carro – e tem porte de arma para isso, sabe-se lá por quê – ela se derrete muito fácil. A indecisão dela não é fácil de aturar. No mesmo parágrafo ela quer uma coisa, mas não quer. Além de ser extremamente repetitiva. E talvez por isso a relação e a atração deles pareçam tão forçadas.
Logo nas primeiras páginas é mais agradável ver Grant com ela – coisa que nem é muito focada – do que ver logo depois o desenrolar com Rush. Eles não têm química. As cenas de sexo são razoavelmente bem escritas, mas em algumas delas eu ria. E em muitas delas era perceptível o quanto a autora fantasiava e queria tornar a cena mais bonita, mais “legal”. Foi a primeira vez dela, então... Enfim, a história não cativa muito.
Achei apenas três capítulos bons, perto do final, quando o mistério se desnovela. Quando Blaire mostra um pouco da personalidade que ela parece vender no começo do livro – que deveria ter sido mantida e ter feito o livro ser melhor. A linguagem, apesar de parecer como se uma adolescente amadora tivesse escrito algumas vezes, é bem descontraída e leve. Aliado aos capítulos serem curtos, apesar de todos os contratempos, faz com que você acabe lendo bem rápido.
O livro é o primeiro da trilogia Sem Limites que faz parte da série Rosemary Beach, sendo o primeiro dessa série também. Paixão sem limites poderia ter sido bem melhor, se Blaire fosse mais bem trabalhada. No final, quando há um excerto do próximo livro, parece que as coisas vão melhorar. Mas provavelmente o romance forçado do casal protagonista vai atrapalhar tudo de novo e tornar o livro chato.
De fato, não consigo enxergar exatamente o que fez a série se tornar tão famosa e conquistar uma legião de fãs e boas notas. Porém todo sucesso vem com uma razão, então você poderá gostar.


Diversas Capas #68 - Feita de Fumaça e Osso

Dependendo da edição ou da editora, a capa de um livro pode ser mudada. Talvez apenas o título seja mudado para a nova língua, talvez haja realmente uma nova arte que modifique tudo. Depende de como cada editora quer manter o livro. E é isso que vou mostrar aqui, a diferença das capas segundo seus países. Talvez tenham mais capas, mas essas foram as que eu encontrei. Desta vez veremos as capas de Feita de Fumaça e Ossos e espiaremos um pouco sobre esse mundo de anjos e demônios. {Link da Resenha}

Capa brasileira e capa americana, original, e uma das edições inglesas.
Mais duas edições do Reino Unido e uma que parece edição de colecionador em inglês.
Mais uma edição em inglês (particularmente acho-a horrenda, mas passa a ideia de Quimeras) e a capa Italiana e Francesa que também citam o termo Quimera.
Capa alemã, coreana e holandesa. Todas focadas em Karou, com muito azul, penas ou máscaras.
Capa norueguesa, espanhola e turca, seguindo a imagem original com leves alterações.
Mais três capas que seguem a original. Capa finlandesa, grega e outra versão em inglês com capítulo do livro seguinte, Dias de Sangue e Estrelas.
Duas versões chinesas, uma delas com muito azul, dentes e um ar que remete a Praga e a outra que referencia Akiva, o anjo.  A capa eslovaca também mostra Akiva.
Capa da Eslovênia, Indonésia e a capa checa.
Pelo que puderam ver, há muitas capas desse livro, hein? Não conhecia ainda? Então corre pra ver. Esse é o primeiro livro da trilogia e percebemos que é bem difundido pelo mundo. Sempre achei bem chamativa a imagem original, não tão bonita, confesso... Prefiro as capas inglesas - mais adultas, talvez - e a da Indonésia, mais minimalista, mas com um azul que chama atenção. E vocês? Expressem-se nos comentários!

Resenha: A Casa de Hades, de Rick Riordan

Livro: A Casa de Hades
Série: Os Heróis do Olimpo
Editora: Intrínseca
Autor: Rick Riordan
Páginas: 496

Sinopse: A tripulação do Argo II enfrenta dias difíceis. Inimigos espreitam no caminho para a Casa de Hades e o moral da equipe está baixo após a perda de dois integrantes importantes em Roma. Para chegar às Portas da Morte e tentar impedir o despertar de Gaia, nossos heróis Hazel, Jason, Piper, Frank e Leo vão precisar fazer alianças perigosas, encarar deuses instáveis e combater os asseclas enviados pela sanguinária Mãe Terra para detê-los.A situação é ainda pior para Percy e Annabeth. Após caírem no Tártaro, os dois passam fome, sede e sofre com diversos ferimentos enquanto são caçados por vários inimigos que derrotaram ao longo dos anos e que agora surgem das sombras em busca de vingança. A única esperança da dupla de voltar para o plano mortal reside em encontrar as Portas da Morte e fechá-las de uma vez por todas. No entanto, uma legião de monstros fiéis a Gaia defende as Portas, e nem Percy nem Annabeth estão em condições de enfrentá-la.


Atenção, como se trata de uma série talvez possa ter spoilers sobre os livros anteriores! ( I - O Herói Perdido II - O Filho de Netuno III - A Marca de Atena)


O que dizer de mais uma emocionante aventura de Rick Riordan? Esse cara é completamente bom no que faz. Depois de conseguirem resgatar a Atena Partenos, uma enorme e poderosa estátua grega, Percy e Annabeth acabam caindo nas profundezas do Tártaro e seus amigos tem que viajar até Épiro para poderem fechar as portas da Morte pelo lado de fora, na Casa de Hades, enquanto nossos queridos Cabeça de Alga e Sabidinha, vulgos Percy e Annabeth, devem fechá-las do lado de dentro, no Tártaro. Parece impossível e totalmente louco, mas como a filha de Atena dissera, os gregos inventaram as tragédias... Os heróis não eram destinados a terem finais felizes. E os caminhos até ele também não eram.
Hazel, Frank, Leo, Piper e Jason – os cinco restantes da profecia dos Sete – junto com Nico Di Angelo e o sátiro Gleeson Hedge estão a bordo do Argo II, o barco que Leo criara para leva-los a essa nada fácil jornada. O caminho até Épiro é sofrido, cheio de percalços e mudanças. Mas a situação não é ruim só para os sete semideuses da profecia e seus acompanhantes. Além disso, ainda tem os acampamentos e os deuses que estão em conflito: gregos contra os romanos. Mesmo assim, nada se compara à situação dantesca na qual Annabeth e Percy estão metidos... Viajando pelas terras praticamente não desbravadas do Tártaro, as habilidades de Percy e a inteligência e sagacidade de Annabeth quase não são suficientes.
Retomando a pergunta que abriu a resenha: o que dizer de A Casa de Hades? Riordan conseguiu fazer uma maravilha obra, porém também decepcionante, e eu estou ansioso pelo final, O Sangue do Olimpo. Sei que ele, com toda a sua fama de ser troll, vai acabar quebrando muitos corações {assim como quebrou alguns com esse}, mas Annie está certa: a vida deles é uma peça de tragédia, não de comédia. O enredo do livro é bom, mas nesse livro em particular senti o peso que essa extensão na série deixou. O livro, em si, não foi tão bom, mas como é uma história que vem se seguindo há oito livros muitas coisas se complementaram, os personagens se aprofundaram e isso sim foi bom.
Como todos que já chegaram até aqui sabem, a mitologia é tratada de uma forma tão natural que aproxima qualquer um. A escrita então, leve e divertida. As páginas passam de repente e você lê e parece que não quer mais parar. A história é tão boa que as falhas e erros passam quase despercebidos. E seus personagens, desde os principais aos coadjuvantes, são todos bens construídos, com suas personalidades fortes e tão marcantes.
Leo, por exemplo, é espontâneo e engraçado, não tem como você não se sentir Time Leo, não rir ou fazer seu coração apertar com algumas de suas decisões. Hazel, a filha de Plutão, continua tendo cada vez mais um papel importante na trama. Piper e Jason {Que geralmente não fazem muita coisa – Jason principalmente, que só desmaia e claro que nesse livro tem mais um desmaio para coleção} tomam mais atitudes. E dois personagens se destacaram pelas suas mudanças... Frank, o grandalhão metamorfo que tem uma ascendência sinocanadense, deixou de ser tão bobo e parece ter amadurecido mais e Nico Di Angelo chega a estar mais sombrio que sempre, porém alguns segredos seus são revelados. Essas mudanças, principalmente em Nico, me fizeram estranhar um pouco. Parecia tudo muito momentâneo, fora de hora, mas ao longo da história, percebemos que aquelas mudanças estavam ali o tempo todo só esperando para serem reveladas.
E claro, temos Percy e Annabeth. Ou Percabeth, para os mais íntimos. Em vários momentos eles salvam o livro. {Eles, não a aventura deles, por que sinceramente fez o tártaro parecer fútil, trivial. E esta foi a parte decepcionante do livro.} De qualquer forma, o modo como agem na “viagem” ao Tártaro foi mais delirante do que seu reencontro no livro anterior, muito mais carregada de emoção, de amor... A relação deles é uma coisa tão legal de se ver! E cada flashback que eles fazem, relembrando histórias ou monstros do passado, dá um aperto no coração... Ou então quando estão parafraseando frases célebres como “Pelo que sabia, estava babando tanto quanto Percy quando ele dormia.”
Narrado pelos setes semideuses da profecia, A Casa de Hades vai nos transportando do Argo para o Tártaro numa aventura eletrizante e muito emocional. Sacrifícios e descobertas são os dois grandes motes do livro. E se o enredo falha, outras coisas se enaltecem nesse livro. Mesmo não tendo um final tão cheio de suspense como costuma existir, o final desse é de partir o coração... A série Os Heróis do Olimpo é até mais complexa que a anterior, tem mais histórias, mais detalhes, porém é tão fascinante quanto. Rick Riordan vem tecendo uma incrível história e o quinto e último livro promete muita coisa. Casos ainda não solucionados, mistérios não revelados, promessas quase impossíveis que podem ou não ser realizadas e muita, mas muita aventura.


Resenha: Enquanto eu te Esquecia, de Jennie Shortridge

Livro: Enquanto eu te Esquecia
Editora: Única
Autor: Jennie Shortridge
Páginas: 384

Sinopse: Enquanto eu te esquecia - Lucie Walker não se lembra de quem é ou como foi parar nas águas geladas da Baía de São Francisco. Encaminhada para uma clínica psiquiátrica, ela aguarda até que um homem chega afirmando ser seu noivo. Entretanto, com seu retorno para casa, essa mulher sem memória vai tomando conhecimento de sua personalidade antes do acidente, da pessoa controladora, fria e sem vida que era, e dos segredos da infância e da família, assim como da situação do noivado e dos mistérios que podem ter provocado o acidente.

Será que ela quer isso de volta? Será que essa nova Lucie conseguirá manter o amor por Grady, ou a oportunidade de recomeçar será sua salvação?

Intenso, franco e incrivelmente emocionante, Enquanto eu te esquecia é um livro delicado, que nos questiona sobre a maneira que vivemos e nos lembra que sempre temos uma nova chance de ser feliz.



Amor, água, memória. Este é o título em inglês de Enquanto eu te Esquecia (Love Water Memory) de Jennie Shortridge. E essas três palavras sintetizam bem o livro. Lucie Walker foi encontrada na bacia de São Francisco, sem saber seu nome, onde morava ou o porquê de estar naquelas águas geladas. Ela estava desmemoriada, mas com a ajuda dos noticiários seu noivo, Grady Godall, a encontrou. Mas como poderia tudo ser igual como antes?
Lucie não sabia de nada. Não sabia se aquele homem com traços nativos era mesmo o seu noivo, não sabia como sua memória tinha desaparecido... Ela teria que aos poucos ir lembrando a sua história, tão nebulosa que a antiga Lucie não havia nem mesmo contado a Grady, lembrando quem era. Ou melhor, se reinventando.
A história é narrada em terceira pessoa por três perspectivas diferentes. Lucie, uma mulher de quarenta anos, que costumava ser muito formal, organizada, reclusa e um tanto quanto fria e mandona; Grady, seu noivo, único irmão no meio de mais oito mulheres – sete irmãs e a mãe – que perdeu seu pai quando criança e vê na água e na natação uma ligação com seu antigo pai marinheiro; E Helen Dez Mãos, a tia de Lucie, que tem um papel importantíssimo para ajudar Lucie a recobrar sua memória já que ela é a única que sabe várias coisas que a menina, no momento, não sabe.
Os personagens são bem construídos e a história se desenrola bem. No começo a escrita da autora parece um pouco estranha, maçante, mas depois você se acostuma. Ainda assim o livro é meio morno, sem sal. Até os momentos mais decisivos não fixam e impressionam muito. E o final também é um tanto quanto aguado, dá uma sensação de que as coisas continuarão simples, monótonas.
O mote do livro, no geral, é que é legal. É uma história de romance sobre alguém que perdeu a memória, portanto há toda uma reconquista e uma redescoberta interior por parte da própria Lucie. É uma história sobre reinvenção. É como se após essa amnésia ela tivesse imergido de um mergulho que durara toda a vida e estava mudada. Por isso as três palavrinhas do título em inglês combinam tão bem para o livro.
É um livro bom para passar o tempo – e eu passei um bom tempo com ele, o ritmo foi bem devagar -, mas que não marca muito. Pelo menos não me marcou. Não deixou saudades, não me emocionou muito, simplesmente passou... Porém se você está procurando por algum romance leve ou um livro sobre reinvenção de si mesmo, um recomeço, pode ser um bom livro.


Masque Livros #17 - Zumbis


Hum... Não é que realmente possamos sentir o gosto dos livros, mas é realmente uma delícia devorá-los. Sabe quando te dá aquela onda de vontade e você não consegue largar o livro, ansiando pelo que encontrará na página que vem? É por que o livro é tão maravilhoso que você simplesmente vicia. Você até tenta ler devagar, mas a fome é maior e você acaba lendo tudo aquilo em segundos. Nessa coluna do blog, iremos te dar dicas para que você conheça novos livros ou conheça melhor alguns para que possam mascar eles, tal como fossem um chiclete, saboreando cada página, cada linha, cada parágrafo. O sabor de hoje é meio putrefato, como se tivéssemos mascado, cuspido e voltado a mascar... Zumbis... Mortos-vivos.

Como é que nós estamos na décima sétima postagem dessa coluna e ainda não falamos de zumbis? Essa história de morto-vivo é tão presente na cultura pop que há vários livros, filmes e séries, sempre com diversas abordagens. Até eu mesmo, que não sou fã de tais criaturas, acompanho duas séries televisivas com este tema: iZombie, uma zumbi justiceira que come cérebros para tentar solucionar crimes, também é uma HQ, portanto podem procurar, e Les Revenants, série francesa que já foi falada aqui no blog. Já que comecei falando desse tipo de adaptação, vamos conhecer Ressurreição (The Returned, no original) que tem tudo a ver com a série francesa. (Falo mais sobre isso no post) Aqui não tratamos de monstros sedentos de sangue, mas sim pessoas que acabaram voltando, sem nenhuma explicação aparente, a viver. Eles tem necessidades normais como qualquer outro humano: comida, água, abrigo. E isso faz as pessoas se perguntarem se com o rumo atual do mundo há condições de suportar tal fluxo de seres. Alguns veem como milagres, outros como coisa do diabo, mas todos terão que aprender a lidar com isto até que se descubra o que realmente está acontecendo.

The Walking Dead também é uma série de TV que foi adaptada dos quadrinhos, mas tem livros. Esses sim são mais aquele tipo de zumbi caricato que a gente costuma ver... Com sede de sangue, o corpo todo apodrecido, o andar torto e desengonçado. O sexto será lançado este ano. O primeiro, por exemplo, é A Ascensão do Governador que nos conta a história do déspota que comanda a cidade de Woodbury, grande vilão. A partir de suas origens será contado como ele se tornou esse homem e os motivos de suas atitudes extremas. A série de livros continua com O Caminho Para Woodbury, A Queda do Governador - Parte Um e Parte Dois, Declínio e Invasão. Tanto para quem já conhece o fim da história e assiste a série, tanto para os novos fãs, ou simplesmente amantes do gênero, é uma boa dica.

Além de séries, nas telonas há muito zumbi por aí... Poderia citar o recente Maggie, com Arnold Schwarzenegger e Abigail Breslin, ou então clássicos como A Noite dos Mortos Vivos, mas vou me ater a dois. Meu Namorado é um Zumbi e Guerra Mundial Z. O primeiro, cujo nome do livro é Sangue Quente, é sobre um zumbi, R, que passa por uma espécie de crise existencial... Ele busca mais que sangue e cérebros, ao contrário de seus amigos, é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Quando ele acaba comendo o cérebro de uma adolescente e vivencia suas memórias, percebe que pode mudar. É aí que inicia uma tensa e desajeitada relação com Julie, a namorada de sua vítima, que pode mudar não só a si, mas ao mundo todo.

O segundo, Guerra Mundial Z, tem até resenha aqui no blog, e é narrado em forma de entrevistas e é irônico e até político. Conta a história, pela voz de um integrante da ONU, Organização das Nações Unidas, seu narrador, desde o paciente zero na China, até uma arquiteta de elite que pôde pagar para se proteger, passando por um soldado de infantaria que esteve em combate. Além de uma análise sobre fatos fictícios, aproveita para tecer comentários sobre problemas reais de vários governos. É um livro que não trata-se apenas de zumbi, vai além.

Mas esse não é ó único livro do autor, Max Brooks, sobre o tema. Guerra Mundial Z é, na verdade, uma sequência de seu outro livro, O Guia de Sobrevivência a Zumbis. É um guia de dicas de como conseguir viver e lidar com tais criaturas quando finalmente acontecer o apocalipse zumbi. Cheio de humor e detalhes, o guia conta basicamente tudo e passo-a-passo: como se defender desses seres monstruosos, a fisiologia do morto-vivo, como montar abrigo e como montar o plano de fuga perfeito, quais melhores armas e as melhores técnicas utilizadas... No fim, o autor ainda conta histórias de outras invasões que ocorreram aos longos dos séculos. Se você quer estar totalmente preparado para quando o Dia D (Ou seria Dia Z?) chegar, você deveria ter este livro. E se quiser conferir mais, ainda tem O Desfile da Extinção - e Outras Histórias de Zumbis.

E assim como há a dispersão pelos gêneros, há também pelos países e línguas. Não há só história de zumbi original em inglês não. Tem em português e espanhol também. O em português é daqui do Brasil, da série As Crônicas dos Mortos, do autor Rodrigo de Oliveira, cujo primeiro livro é O Vale dos Mortos. Tudo acontecerá em 2017, de acordo com uma profecia do Apocalipse e que é reiterada por profetas modernos. Parte dela diz "E abriu-se o poço do abismo, de onde saíram seres como gafanhotos com poderes de escorpião. E os homens buscarão a morte e a morte fugirão deles.". O que aconteceu, na verdade, foi que uma aproximação de um planeta vermelho ao sistema solar da Terra desencadeou um surto em grande parte da população transformando-os nesses seres. Mas ainda há um grupo que luta para sobreviver em meio a tudo isso.

Já o original em espanhol vem lá de Pontevedra, na Espanha, com Manel Loureiro Duval e sua série Apocalipse Z, cujo primeiro livro é O Princípio do Fim. A obra conta a história de um jovem advogado que leva uma vida calma e rotineira até que começa a ouvir notícias de um incidente num país remoto do Cáucaso e daí começa a fazer anotações em um blog. Rapidamente, o surto começa a se espalhar por toda a Europa e, antes que ele perceba, também assola a sua cidade. Isolado apenas ele, seu gato Lúculo e seu vizinho, ele tem que pensar em uma estratégia de fuga até encontrar outros sobreviventes. Mas quando, enfim, consegue um refúgio, ele percebe que essa guerra está apenas começando.

Além desses livros de zumbis sanguinolentos e também uns que mostram mais a relação desses seres, ainda tem outros, mais variados. Que misturam gêneros, eu diria. Louras Zumbis é uma espécie de livro YA com colegial e zumbis; Orgulho e Preconceito e Zumbis mistura a clássica história de Jane Austen, protagonizada por Elizabeth Bennet e Sr. Darcy, com mortos-vivos. O filme está até sendo gravado. Também há antologias que falam sobre tal tema como Branca dos Mortos e os Sete Zumbis e Outros Contos Macabros, do brasileiro Fábio Yabu, que traz uma abordagem diferente dos contos de fadas dos irmãos Grimm que inclui essas criaturas ou Zumbis x Unicórnios que discute os prós e contras de cada uma dessas espécies com autores mundialmente famosos. Ou seja, a abordagem desse tema tem pra todos os gostos. Tem mais algum em especial que você indicaria? Comenta aí e faz a felicidade de quem é fã dessas criaturas.

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